Américas
Honduras
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Ranking 2024
146/ 180
Nota: 38,18
Indicador político
132
35.36
Indicador econômico
140
34.89
Indicador legislativo
126
49.17
Indicador social
153
35.95
Indicador de segurança
152
35.51
Ranking 2023
169/ 180
Nota: 32,65
Indicador político
149
40.00
Indicador econômico
157
33.33
Indicador legislativo
148
39.94
Indicador social
175
22.37
Indicador de segurança
171
27.61

O ambiente para a imprensa hondurenha vem piorando continuamente há mais de uma década, desde o golpe de Estado de 2009. Para os jornalistas, o país continua sendo um dos mais letais das Américas, o que cria um clima de medo e autocensura nos meios de comunicação.

Cenário midiático

Em Honduras, a aquisição da grande mídia pelo capital estrangeiro e dos veículos de comunicação menores pela classe política local mina o pluralismo. A concentração dos veículos de comunicação nas mãos dos políticos, empresários e grupos religiosos torna a parcialidade da informação palpável. O jornalismo independente encontra dificuldades para sobreviver diante da falta de receita publicitária e das constantes demandas de direito de resposta por parte de funcionários do governo. A mídia continua a seguir uma linha editorial ditada por grupos econômicos e políticos. Os principais jornais do país são La Prensa, El Heraldo e La Tribuna.

Contexto político

As eleições de 2021 levaram a candidata esquerdista de oposição Xiomara Castro (Partido Livre) à presidência do país, marcando o fim de uma década do Partido Nacional no poder, após três mandatos presidenciais consecutivos. A eleição da primeira mulher presidente gerou muitas expectativas, sobretudo em relação a seu programa de direitos humanos. Contudo, os jornalistas ainda encontram dificuldades similares às enfrentadas em governos anteriores: discursos difamatórios por parte de políticos, acesso às fontes de informação recusado aos jornalistas que não apoiam o governo e ausência de proteção contra as ameaças.

Quadro jurídico

O nível de impunidade, em um país assolado pela violência do crime organizado e pela corrupção, é um dos mais altos do continente. Processos abusivos são abertos com frequência contra jornalistas, e penas de prisão por difamação são comuns, por vezes acompanhadas da proibição de continuar exercendo a profissão. Adotado em 2020, o novo Código Penal contém artigos liberticidas, como os que criminalizam o direito de manifestação e reunião. Esses artigos afetam toda a cadeia de informação, impondo multas e penas de prisão não somente a jornalistas, mas também a quem reproduz o conteúdo produzido por eles. O código viola as normas internacionais referentes aos direitos humanos e constitui uma ameaça para a liberdade de imprensa.

Contexto económico

Honduras é um dos países mais desiguais da América Latina. Com a pandemia servindo de pretexto para a demissão de jornalistas e a redução dos salários em até 40%, a situação econômica dos profissionais da mídia se deteriorou ainda mais. Os meios de comunicação que cometem abusos contra seus funcionários não estão sujeitos a nenhum controle. Embora algumas redações independentes consigam levantar fundos graças a pequenos projetos de subvenção internacionais, a maioria trabalha em condições muito precárias.

Contexto sociocultural

O país passa por um período de polarização social. O Partido Nacional, no poder por mais de uma década, tenta apresentar o governo de Xiomara Castro como o pior da história, contando com a mídia e com militantes políticos para isso. Toda ação da presidente é tratada de forma exageradamente negativa. Além disso, falta diversidade no debate público, em especial vozes femininas e comunitárias.

Segurança

Jornalistas e veículos de comunicação comunitários – sobretudo aqueles que cobrem o narcotráfico, o crime organizado, os grandes projetos empresariais, a polarização social e a violência contra as mulheres – são submetidos regularmente a campanhas de assédio e intimidação; muitos desses jornalistas são perseguidos, ameaçados de morte, agredidos e forçados ao exílio. Na maioria das vezes, os abusos e a violência contra a imprensa são cometidos pelas forças de segurança, sobretudo pela Polícia Militar e pelo Exército. O país dispõe de um mecanismo de proteção, mas ele sofre com a falta de orçamento e com pessoal inexperiente, o que afeta a implementação das medidas e expõe os beneficiários a uma grande vulnerabilidade.