Américas
Bolívia
-
Ranking 2024
124/ 180
Nota: 48,88
Indicador político
145
31.24
Indicador econômico
121
38.08
Indicador legislativo
100
57.59
Indicador social
97
59.79
Indicador de segurança
113
57.70
Ranking 2023
117/ 180
Nota: 51,09
Indicador político
127
46.53
Indicador econômico
96
45.72
Indicador legislativo
97
60.12
Indicador social
119
56.40
Indicador de segurança
130
46.68

Na Bolívia, ataques, ameaças, censura e assédio por parte do Estado e de forças pró-governo prejudicam constantemente a liberdade de imprensa. Os ataques contra jornalistas, principalmente por parte da polícia, estão se tornando cada vez mais frequentes. 

Cenário midiático

O Estado boliviano controla muitos jornais e intensificou o monitoramento da mídia crítica, sobretudo nas redes sociais. A concentração da propriedade das mídias privadas é muito alta, o que prejudica o pluralismo no país. Os principais jornais são El Deber e El Diario, e o canal de televisão de maior audiência é o Canal Sur. A autocensura é uma das consequências dos vínculos existentes entre os proprietários de veículos de comunicação e o Estado.

Contexto político

O período de turbulência e instabilidade política iniciado com o exílio forçado do ex-presidente Evo Morales, no fim de 2019, e concluído com a eleição de Luis Arce, que tomou posse em novembro de 2020, foi marcado por uma onda de ataques à imprensa: intimidação, assédio, ameaças, agressões físicas, roubo de equipamentos e censura a emissoras de rádio e TV. A estigmatização está se tornando algo comum, com jornalistas sofrendo assédio verbal e ataques à sua reputação.

Quadro jurídico

Os jornalistas, considerados incômodos, são constantemente vítimas de assédio judicial. De acordo com o Decreto Supremo 181, de 2009, os jornalistas que “mentirem”, “fizerem política partidária” ou “ofenderem o governo” podem ser privados da renda vinculada à publicidade estatal. Junto com as prisões arbitrárias e o alto nível de impunidade, esse clima favorece fortemente a autocensura em todo o país. Vários assassinatos de jornalistas, como os de Verónica e Victor Hugo Penasco Layme, mortos em 2012, permanecem impunes.

Contexto económico

Embora detenha as maiores reservas de gás natural e lítio da América Latina, a Bolívia continua sendo o país mais pobre da região. Os principais serviços são prestados por meio do capital privado estrangeiro, e a maior parte da economia é informal. Enquanto os veículos de comunicação ligados ao Estado gozam de privilégios, os veículos independentes sofrem fortes pressões econômicas – sobretudo por meio da distribuição de publicidade oficial – que têm consequências às vezes drásticas e podem levar ao seu fechamento. Nesse contexto, os jornalistas enfrentam uma grande precariedade laboral.

Contexto sociocultural

A violência contra jornalistas tem se tornado mais comum, com ataques vindos de bolivianos que apoiam o governo ou determinados políticos. A Igreja Católica mantém historicamente uma forte presença na mídia e possui uma variada e extensa rede de influência que abrange todo o país.

Segurança

Desde 2020, os ataques físicos contra jornalistas se intensificaram, sobretudo nas áreas rurais do país. Muitas emissoras de rádio e TV foram obrigadas a suspender as atividades e tiveram sua redação vandalizada. O caso de sete jornalistas de Santa Cruz de la Sierra que, enquanto cobriam conflitos de terra, foram sequestrados e torturados por um grupo civil armado, continua impune. Pelo menos 25 jornalistas foram agredidos pela polícia durante a cobertura de uma grande greve em Santa Cruz, em novembro de 2022.