Apesar da sua reputação como o país menos repressivo do Golfo, o emirado exerce um controle significativo sobre a informação, que aumentou no final do reinado do emir xeique Mishal al-Ahmad al-Sabah e sob aquele que o sucedeu em 2023, o xeique Nawaf al-Ahmad al-Sabaha.
Cenário midiático
Os jornais Al Qabas, Al Jarida e Al Siyasa, tradicionais e pouco críticos do governo, dominam o cenário midiático. Apesar do notável progresso em direção a uma maior democratização da imprensa por meio de podcasts como o Bidun Waraq e revistas digitais independentes como a Manshoor, o mundo da mídia continua dominado pela informação controlada pelo Estado.
Contexto político
O governo exerce forte controle sobre a informação e a liberdade de expressão continua limitada, embora grande parte da oposição no exílio tenha sido recentemente perdoada. No entanto, as autoridades já fecharam veículos de comunicação por conteúdos "antigovernamentais", como no caso da rede Al-Watan em 2015.
Quadro jurídico
Desde 2020, a Lei do Direito ao Acesso à Informação deveria garantir o trabalho dos jornalistas no Kuwait. Mas, na prática, o texto é frustrado por leis de censura que proíbem jornalistas, blogueiros e ativistas online de criticar o governo, o emir, a família governante, seus aliados ou a religião. O mesmo vale para a lei sobre crimes cibernéticos, que entrou em vigor em janeiro de 2016.
Contexto económico
A maioria dos órgãos de imprensa do Kuwait são de propriedade de famílias ricas da elite. A criação de um veículo de comunicação requer a solicitação de uma licença do governo, um processo caro e demorado. Os grandes meios de comunicação funcionam como ferramentas de comunicação para o setor privado, com grandes somas pagas em troca de um artigo.
Contexto sociocultural
Vários assuntos são tabus no Kuwait e é difícil para os jornalistas abordar, sobretudo, os direitos dos trabalhadores migrantes, os direitos das mulheres ou a corrupção.
Segurança
Embora o Kuwait não seja conhecido por assassinar ou prender seus jornalistas, alguns deles foram forçados ao exílio para evitar cumprir penas de prisão. Intimações e detenções de curta duração têm um efeito dissuasivo para a liberdade de informação.