A legislação protege a liberdade de imprensa, mas permite limitá-la para preservar a ordem pública, a segurança nacional e a decência pública. A questão da propriedade da mídia, o aumento de processos judiciais contra jornalistas e a crescente pressão da Turquia sobre o setor vêm afetando a liberdade de imprensa.
Cenário midiático
Existem vários jornais, canais de televisão, estações de rádio e veículos de comunicação digitais no Chipre do Norte. A maioria dos proprietários de mídia são empresários que também têm outros interesses financeiros. O pluralismo é ameaçado por processos contra veículos de comunicação, interferências diretas no trabalho editorial e uma concentração crescente da mídia nas mãos de empresários turcos. A autocensura é generalizada. A pressão de Ankara se manifesta por meio de ataques verbais e processos judiciais abertos na Turquia. A independência dos conteúdos editoriais é afetada pelas estreitas relações não oficiais e financeiras que certos políticos mantêm com proprietários de veículos de comunicação.
Contexto político
A crescente pressão exercida pela Turquia tem um impacto negativo sobre a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão. Sanções e processos, incluindo processos criminais, são movidos contra jornalistas que criticam o governo, o Exército ou as autoridades turcas ou cipriotas turcas. Enquanto um jornalista de oposição é alvo de processos criminais por ter criticado os militares turcos, três jornalistas foram impedidos de entrar na Turquia e outros foram demitidos ou forçados a se demitir após terem criticado as medidas políticas turcas ou políticos cipriotas turcos. Os veículos de comunicação públicos estão todos sob controle do governo.
Quadro jurídico
A legislação protege a liberdade de imprensa ao mesmo tempo que a limita para proteger a ordem pública, a segurança nacional e a decência pública. A difamação é criminalizada, e não existe nenhuma lei sobre a proteção de fontes. As autoridades cipriotas turcas vêm tentando alterar as leis existentes para limitar ainda mais a liberdade de expressão. Jornalistas são julgados à revelia na Turquia, e um deles registrou uma queixa junto ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) por ter tido sua liberdade de expressão violada por uma série de processos judiciais na Turquia e no norte de Chipre. Grandes somas de dinheiro são exigidas dos veículos de comunicação no âmbito de processos abertos contra eles.
Contexto económico
A mídia foi duramente atingida pela crise econômica causada pela desvalorização da lira turca. Sua dependência de publicidade e patrocínios aumentou a influência financeira sobre o conteúdo editorial. Muitos veículos de comunicação estão mudando de mãos devido às dificuldades econômicas. O jornal diário Kibris, por exemplo, foi vendido para um empresário turco. Muitos jornalistas precisam exercer, paralelamente, atividades de relações públicas, o que afeta a sua objetividade. As tentativas de alguns jornalistas de chantagear políticos foram denunciadas por colegas de profissão.
Segurança
Embora não tenha havido casos de ameaças ou agressões físicas graves, um número crescente de jornalistas vem sendo alvo de agressões verbais ou campanhas de assédio por parte de autoridades turcas ou cipriotas turcas. Os repórteres também são vítimas frequentes de assédio online.