Ranking 2024
40/ 180
Nota: 73,21
Indicador político
33
68.31
Indicador econômico
43
56.06
Indicador legislativo
32
78.15
Indicador social
52
73.05
Indicador de segurança
31
90.48
Ranking 2023
39/ 180
Nota: 74,28
Indicador político
37
72.13
Indicador econômico
42
58.04
Indicador legislativo
23
81.51
Indicador social
54
76.48
Indicador de segurança
50
83.25

A Constituição e a legislação de Montenegro garantem a liberdade de opinião e de expressão, mas a liberdade de imprensa continua a ser ameaçada por interferências políticas, ataques impunes contra jornalistas e pressões econômicas.

Cenário midiático

Apesar do pequeno número de habitantes (620.000), Montenegro possui mais de 150 meios de comunicação oficiais, incluindo três jornais diários, quatro emissoras de TV com frequências nacionais – incluindo o canal público RTCG – e uma agência de notícias. Três das quatro redes de televisão com cobertura nacional estão parcial ou totalmente sob controle estrangeiro, principalmente empresas da vizinha Sérvia.

Contexto político

Após a derrota em 2020 do DPS (antigo Partido Comunista no poder há 30 anos e hostil à liberdade de imprensa), a pressão governamental e os ataques a jornalistas diminuíram um pouco. O novo governo prometeu harmonizar a legislação nacional com a legislação europeia em 2024. Por outro lado, há receios de que os proprietários estrangeiros de certos canais influenciem as políticas editoriais para servir os interesses de outros governos – Sérvio, por exemplo – ou os dos seus afilhados políticos locais.

Quadro jurídico

Em Montenegro, a liberdade de expressão é garantida e a difamação é descriminalizada.  Apesar das evoluções introduzidas nos últimos anos no arcabouço jurídico, ainda existem lacunas em termos de livre acesso à informação pública e proteção do sigilo das fontes. O resultado: proteção insuficiente da independência da mídia diante das pressões econômicas e políticas - esta última impactando a própria RTCG, apesar da adoção de novos dispositivos jurídicos em 2020.

Contexto económico

Como principal anunciante, o Estado distribuiu nas últimas décadas a maior parte de seus recursos para a mídia “leal”. Enquanto a RTCG e as emissoras públicas locais são financiadas principalmente pelo Estado, a mídia privada está amplamente sujeita à influência dos anunciantes e à volatilidade do mercado. Na sequência das desastrosas consequências econômicas da pandemia de Covid-19 nos meios de comunicação, o governo concedeu-lhes apoio financeiro, que, no entanto, se revelou insuficiente para garantir a sua sustentabilidade.

Contexto sociocultural

A sociedade montenegrina sofre de profundas divisões étnicas, religiosas e políticas, às quais se soma a cultura política autoritária herdada do passado. Nesse ambiente, a mídia é frequentemente acusada de trabalhar para interesses estrangeiros e de trair a nação ou a Igreja. Políticos do partido no poder e da oposição frequentemente fazem campanhas contra jornalistas profissionais.

Segurança

Quase todos os ataques a jornalistas dos últimos anos foram resolvidos, mas, entre os que ocorreram no passado, muitos permanecem impunes, apesar das promessas do governo que chegou ao poder em 2020. Este é particularmente o caso do assassinato do editor-chefe Dusko Jovanovic, em 2004, e da tentativa de assassinato do jornalista investigativo Olivera Lakić, em 2018. Após sete anos de processo por falsas acusações de pertencimento a um grupo criminoso, o jornalista Jovo Martinovic foi finalmente absolvido, em 2023.