A Malásia é uma monarquia constitucional caracterizada por uma grande diversidade cultural. Embora o governo federal possua um arsenal legislativo draconiano para reprimir a liberdade de imprensa, essas restrições são combatidas por uma sociedade civil dinâmica.
Cenário midiático
Na Malásia, o panorama midiático é aparentemente muito rico, mas a influência da mídia estatal é grande: a agência de notícias Bernama ou o grupo audiovisual Radio Televisyen Malaysia (RTM). Grande parte da grande imprensa é abertamente partidária, como o jornal Suara Keadilan, que apoia o partido centrista Keadilan Rakyat, ou o Harakah, um diário financiado pelo Partido Islâmico da Malásia (PAS). É online que o setor é mais dinâmico, impulsionado por veículos de comunicação muito apegados à sua autonomia editorial, como Malaysiakini, Sinar Harian e The Fourth. Embora os meios de comunicação estejam fortemente concentrados em torno da capital federal, Kuala Lumpur, há uma imprensa local vibrante, especialmente no leste da Malásia.
Contexto político
O governo exerce forte pressão política para impedir que a mídia aborde assuntos delicados ou formule críticas contra os representantes do aparato político. Ele persegue jornalistas investigativos e a questão da realeza é extremamente delicada, assim como discussões sobre raça e religião. Qualquer forma de comentário ou informação percebida como crítica à monarquia é passível de processos pesados, resultando numa autocensura generalizada sobre o assunto.
Quadro jurídico
A liberdade de imprensa é juridicamente garantida pela Constituição. No entanto, o poder executivo dispõe de uma legislação draconiana para limitar estas liberdades enviando jornalistas à prisão: até 20 anos de prisão para os acusados de violar a lei de sedição de 1948 e 14 anos para a lei dos segredos de Estado de 1972. A Printing Presses and Publications Act permite que o governo exerça um controle rígido sobre a emissão de licenças aos veículos impressos, enquanto a Communications and Multimedia Act é com frequência usada para lutar contra aquilo que as autoridades consideram "informações falsas". Contudo, reformas jurídicas, como a adoção de uma lei de liberdade de informação e a criação de um conselho de mídia, estão em curso.
Contexto económico
Abrir um veículo de imprensa na Malásia é um negócio arriscado, principalmente pelo controle do licenciamento pelo governo, que usa esse sistema para impor sua linha editorial. O mercado de mídia continua altamente concentrado, com vários magnatas da imprensa ameaçando sua independência e pluralismo. Por outro lado, criar um veículo de informação na Internet é muito mais fácil, desde que você não cruze as linhas implícitas ditadas pelo governo.
Contexto sociocultural
A mídia em língua malaia, seguida pela maioria da população, está sujeita a mais censura do que suas contrapartes em inglês, chinês, em tâmil, ou em outras línguas da Malásia. Certas questões relacionadas ao Islã, que até recentemente ainda eram tabu, começam a emergir, como as conversões e os casamentos infantis, ou os casos de apostasia.
Segurança
Os jornalistas malaios raramente são alvo de ataques físicos, mas alguns são alvo de assédio judicial e de campanhas de difamação. Processos com custas enormes, buscas policiais nas sedes de determinados meios de comunicação, desrespeito ao sigilo das fontes, expulsão de correspondentes estrangeiros ou denunciantes etc.: são inúmeras as ameaças à profissão.