Ranking 2024
88/ 180
Nota: 57,15
Indicador político
101
45.25
Indicador econômico
123
37.61
Indicador legislativo
76
64.68
Indicador social
120
52.44
Indicador de segurança
59
85.78
Ranking 2023
107/ 180
Nota: 55,2
Indicador político
100
53.31
Indicador econômico
134
37.66
Indicador legislativo
92
61.36
Indicador social
130
52.23
Indicador de segurança
91
71.44

Desde 2021, a liberdade de imprensa vive uma crise sistêmica. O escândalo das escutas telefônicas de jornalistas, envolvendo o Serviço Nacional de Inteligência (EYP), ainda não foi elucidado, assim como o assassinato de Giorgos Karaivaz, em 2021, jornalista especializado em assuntos criminais. Os processos mordaça são comuns e, em 2023, um jornalista foi arbitrariamente condenado por divulgar informações falsas.


 

Cenário midiático

A confiança do público nos meios de comunicação é uma das mais baixas da Europa há muitos anos. Alguns grandes grupos privados como Alter Ego Media convivem com centenas de veículos on-line, o que contribui para uma grande fragmentação do cenário midiático. Da mesma forma, uma minoria de empresários administra uma esmagadora maioria de meios de comunicação, ao mesmo tempo que está envolvida em outros setores de atividade altamente regulamentados. Alguns deles têm laços estreitos com a elite política do país.  Como resultado, a imprensa nacional está muito polarizada.

Contexto político

O porta-voz do governo é responsável pela supervisão dos meios de comunicação públicos, o que põe em risco a sua independência editorial. A autoridade reguladora da radiodifusão, o Conselho Nacional de Rádio e Televisão, acusada de lentidão e ineficácia, não foi significativamente reformulada nem pelo governo atual nem pelo anterior. Sob o controle do Primeiro-Ministro, o Serviço Nacional de Inteligência (EYP) tem estado envolvido na vigilância de jornalistas, muitos dos quais foram alvo do software espião Predator.

Quadro jurídico

Apesar das garantias constitucionais, a liberdade de imprensa tem sido desafiada no âmbito legislativo. As novas leis aprovadas pelo Parlamento destinadas a proporcionar melhores proteções aos cidadãos contra a vigilância arbitrária, em resposta ao escândalo de escutas telefônicas Predatorgate, não cumprem as normas europeias. Um novo projeto de lei sobre mídia levou à criação de um polêmico comitê de ética. O Código Penal permitiu a condenação de um jornalista sem provas sólidas por divulgar informações falsas, enquanto uma alteração aprovada em 2023 aumenta o risco de prisão para profissionais de comunicação acusados de difamação.

Contexto económico

A crise financeira da última década, combinada com o declínio dos leitores e dos orçamentos publicitários, colocou em causa a sobrevivência a longo prazo de muitos meios de comunicação. O impacto da nova legislação destinada a aumentar a transparência da propriedade e do financiamento dos meios de comunicação ainda precisa ser avaliado.

Contexto sociocultural

As instalações de alguns meios de comunicação são regularmente alvo de ataques por parte de ativistas tanto da extrema-direita quanto da extrema-esquerda, que os consideram inimigos ideológicos. Além disso, as mulheres jornalistas enfrentam muitas práticas sexistas no local de trabalho. 

Segurança

A polícia recorre regularmente à violência e às interdições arbitrárias para obstruir a cobertura jornalística dos protestos e da crise dos refugiados nas ilhas gregas. Os jornalistas enfrentam agressões físicas durante eventos esportivos e em frente às suas casas. Apesar das prisões de abril de 2023, o assassinato do jornalista veterano Giorgos Karaivaz, morto a tiros em plena luz do dia em frente à sua casa em Atenas, em 2021, ainda não foi elucidado. O escopo limitado de um grupo de trabalho sobre a proteção de jornalistas impede-o de responder à crise sistêmica do jornalismo grego.