Ásia-Pacífico
Bangladesh
-
Ranking 2024
165/ 180
Nota: 27,64
Indicador político
167
19.36
Indicador econômico
167
27.83
Indicador legislativo
158
31.32
Indicador social
157
32.65
Indicador de segurança
167
27.03
Ranking 2023
163/ 180
Nota: 35,31
Indicador político
154
39.06
Indicador econômico
142
36.11
Indicador legislativo
154
35.22
Indicador social
157
36.55
Indicador de segurança
167
29.60

Mais de um quinto dos 169 milhões de bengaleses vivem abaixo da linha da pobreza e têm pouco acesso à imprensa tradicional. A Internet desempenha um papel crescente na disseminação e troca de informações.  

Cenário midiático

Os dois principais meios de comunicação estatais, a Bangladesh Television (BTV) e a rádio Bangladesh Betar, funcionam como órgãos de propaganda governamental, assim como a agência de imprensa nacional Bangladesh Sangbad Sangstha (BSS). O setor privado conta com cerca de 3 mil meios de comunicação escritos, diários ou periódicos, 30 rádios – incluindo algumas estações de rádio comunitárias – 30 canais de televisão e várias centenas de sites de notícias. Nesse contexto, os canais de notícias pró-governo Somoy TV ees Ekattor TV são muito populares. Não existem canais de notícias independentes ou pertencentes à oposição.  Os dois principais jornais diários do país, Prothom Alo, em bengali, e The Daily Star, em inglês, conseguem manter uma certa independência editorial. 

Contexto político

Desde a independência do país em 1971, os governos consideram a imprensa uma ferramenta de comunicação. O da primeira-ministra Sheikh Hasina, no poder desde 2009, não é exceção. Ativistas de seu partido, a Liga Awami, lançam regularmente violentos ataques físicos direcionados contra certos jornalistas de quem não gostam, enquanto campanhas de assédio judicial são realizadas para silenciar alguns de seus colegas, quando não resultam no fechamento de um meio de comunicação. Nessas condições, os editores evitam cuidadosamente contestar qualquer afirmação vinda do governo.

Quadro jurídico

Poucos meses antes das eleições nacionais de 7 de janeiro de 2024, o governo introduziu a Lei de Segurança Cibernética (CSA), que é apenas uma cópia pálida da lei de segurança digital (DSA), uma das leis mais draconianas do mundo para jornalistas.  Em particular, ela permite: buscas e prisões sem qualquer mandado, apreensão de equipamentos eletrônicos, violação do sigilo das fontes por motivos arbitrários e penas de até 14 anos de prisão para qualquer jornalista que publicar informações consideradas “propaganda contra o pai da nação”, ou seja, o pai do atual Primeiro-Ministro. Nesse contexto, a direção das redações recorre amplamente à autocensura.

Contexto económico

A maioria dos grandes meios de comunicação privados pertence a um punhado de grandes empresários, tendo surgido durante a expansão econômica de Bangladesh. Eles consideram seus meios de comunicação ferramentas de influência e de rentabilidade, a ponto de favorecer as boas relações com o governo em vez de salvaguardar a independência editorial. Assim, muitas vezes são os representantes do governo que decidem quem serão os participantes dos programas de debate noturnos nos canais de televisão privados. Um grande número de jornais dependem de dinheiro público e da importação de papel para impressão.

Contexto sociocultural

Embora secular de acordo com sua constituição, Bangladesh reconhece o Islã como religião de Estado. Essa ambiguidade é encontrada na imprensa, onde tudo relacionado a questões religiosas é tabu. A grande mídia nunca aborda a questão das minorias religiosas, que, no entanto, representam dez milhões de indivíduos.  Na última década, grupos que reivindicam o islamismo radical realizaram campanhas extremamente violentas que levaram ao assassinato de jornalistas. Esses mesmos grupos hoje usam as redes sociais para rastrear jornalistas que defendem o secularismo, o direito a opiniões alternativas ou a liberdade de religião.

Segurança

Violência policial, ataques de ativistas políticos, assassinatos orquestrados por círculos jihadistas ou algumas redes mafiosas. Os jornalistas do Bangladesh estão ainda mais expostos a ataques à medida que estes crimes permanecem impunes. A DSA é com frequência usada para manter na prisão certos jornalistas e blogueiros, em condições extremamente difíceis. Finalmente, em uma profissão que ainda é predominantemente masculina, as mulheres jornalistas têm que lidar com uma cultura de assédio persistente e são alvo de campanhas de ódio online quando tentam defender publicamente os seus direitos.