Ásia-Pacífico
Coreia do Sul
-
Ranking 2024
62/ 180
Nota: 64,87
Indicador político
77
51.11
Indicador econômico
46
54.90
Indicador legislativo
59
69.51
Indicador social
89
61.77
Indicador de segurança
55
87.04
Ranking 2023
47/ 180
Nota: 70,83
Indicador político
54
63.51
Indicador econômico
48
55.81
Indicador legislativo
60
70.03
Indicador social
52
77.53
Indicador de segurança
34
87.26

A República da Coreia é uma democracia liberal que respeita a liberdade e o pluralismo dos meios de comunicação, no entanto, a tradição e os interesses comerciais, muitas vezes, impedem os jornalistas de desempenhar seu papel e tendências políticas populistas alimentam o ódio contra os jornalistas.

Cenário midiático

A Coreia do Sul possui um rico panorama midiático, com mais de 47 emissoras e 220 jornais diários. Os principais jornais nacionais são Chosun IlboKorea JoongAng DailyDong-a (conservadores), HankyorehKyungyang Shinmun (liberais) e Hankook Ilbo (centrista).  Embora a televisão continue popular, nos últimos anos a Internet tornou-se a principal fonte de acesso à informação.  Muitos internautas obtêm suas informações em portais de notícias como Naver, enquanto plataformas de vídeo como o YouTube estão tendo um sucesso crescente.

Contexto político

Desde a democratização do país no final da década de 1980, os atores políticos têm respeitado amplamente a liberdade de imprensa. No entanto, a polarização política faz com que os meios de comunicação considerados como “não estando do nosso lado” sejam perseguidos. Em 2021, o partido Minjoo, então no poder, aprovou a controvertida lei contra a desinformação, antes que ela fosse anulada depois de receber críticas internacionais. Em 2022, o People Power Party, no poder, processou jornalistas da emissora pública por difamarem o presidente Yoon Suk-yeol. Uma regulamentação indulgente dá ao Executivo controle sobre a nomeação de diretores de grupos públicos, o que pode representar uma ameaça à sua independência editorial. De acordo com a última pesquisa da Associação de Jornalistas da Coreia (JAK), mais da metade dos jornalistas está preocupada com o declínio da liberdade de imprensa desde a presidência de Yoon.

Quadro jurídico

As leis de liberdade de informação da Coreia do Sul atendem aos padrões internacionais, mas a difamação ainda é, em teoria, passível de penas de até sete anos de prisão, o que pode levar a mídia a omitir detalhes importantes em certos artigos, como nomes de pessoas e empresas. Jornalistas acusados de violar a lei de segurança nacional por divulgar informações confidenciais, principalmente sobre a Coreia do Norte, podem pegar até sete anos de prisão.

Contexto económico

Embora os repórteres sul-coreanos se beneficiem de um ambiente editorial relativamente independente, as receitas de seus meios de comunicação são altamente dependentes da publicidade, o que pode influenciar sua linha editorial. Uma pesquisa de 2021 da Korean Press Foundation (KPF) descobriu que mais de 60% dos jornalistas viam os anunciantes como uma ameaça à liberdade de imprensa. A aquisição de um número crescente de meios de comunicação por empresas de diversos setores – sobretudo da construção – também representa um risco de conflitos de interesses.

Contexto sociocultural

Os meios de comunicação sul-coreanos enfrentam pressão de políticos, funcionários do governo e conglomerados empresariais. De acordo com uma análise da Comissão de Arbitragem da Imprensa Coreana divulgada em 2020, as disputas relacionadas à mídia aumentaram constantemente na última década. Segundo um relatório de 2018 da Fundação da Imprensa Coreana (KPF), de 301 jornalistas pesquisados, 27,6% disseram que já foram processados por suas reportagens, principalmente por "difamação" (78,3%). Quase um terço dos queixosos são políticos e funcionários públicos de alto escalão (29%). 

Segurança

Embora os jornalistas possam atuar em condições geralmente satisfatórias, eles podem ser vítimas de assédio online, prática contra a qual estão pouco protegidos. Cerca de 30% dos jornalistas que participaram da pesquisa de 2023 da Fundação da Imprensa Coreana afirmaram que foram vítimas de assédio devido à sua profissão. O assédio é expresso principalmente na forma de telefonemas, mensagens de texto e e-mails, enquanto os comentários de “trolls” na Internet e processos abusivos também são frequentes. Mais de 40% dos jornalistas assediados afirmaram que não receberam apoio adequado dos seus empregadores, indicando a necessidade de apoio jurídico.