África
Zimbábue
-
Ranking 2024
116/ 180
Nota: 50,31
Indicador político
126
36.96
Indicador econômico
110
40.63
Indicador legislativo
114
52.76
Indicador social
118
52.68
Indicador de segurança
101
68.50
Ranking 2023
126/ 180
Nota: 48,17
Indicador político
143
42.08
Indicador econômico
135
37.58
Indicador legislativo
106
57.39
Indicador social
96
60.80
Indicador de segurança
137
42.98

A situação da mídia no Zimbábue melhorou um pouco desde a queda do ex-ditador Robert Mugabe em 2017: o acesso à informação se ampliou e a autocensura diminuiu. No entanto, desde a reeleição do Presidente Emmerson Mnangagwa, em 2023, a repressão à imprensa aumentou.

Cenário midiático

No Zimbábue, o cenário da mídia mostra uma pluralidade crescente e encorajadora, embora permaneça dominado pela mídia controlada pelo Estado. As empresas nacionais, Zimbabwe Broadcasting Corporation (ZBC) Zimpapers, são os meios de comunicação mais importantes, com seis estações de rádio, um canal de televisão e dez jornais, incluindo o diário The Herald. O diário Daily News e o semanário The Financial Gazette, ambos privados, também são amplamente lidos. O grupo Alpha Media Holdings (AMH) publica o diário NewsDay e o semanário The Independent, também muito populares. Existem quatro sites independentes de notícias online, incluindo ZimliveThe Newshawks, e 14 rádios comunitárias.

Contexto político

Ainda que a chegada ao poder de Emmerson Mnangagwa tenha permitido que os jornalistas trabalhassem em melhores condições, a tentação de influenciar a linha editorial dos meios de comunicação continua grande para as autoridades. Em 2021, o diretor do Zimpapers pediu aos editores que apoiassem publicamente o partido no poder antes da eleição. No período pré-eleitoral, os abusos contra a imprensa são numerosos.  Em 2023, os jornalistas locais foram impedidos de cobrir o processo eleitoral no país, assim como os jornalistas internacionais, aos quais foi recusado o credenciamento. As autoridades também influenciam a escolha dos membros do conselho de administração da autoridade reguladora da mídia, a Zimbabwe Media Commission.

Quadro jurídico

O arsenal legislativo continua extremamente repressivo em relação à imprensa: as leis revogadas foram substituídas por outras igualmente severas, e a reforma do Código Penal, a dos segredos de Estado, e a nova lei sobre cibersegurança e proteção de dados continuam a dificultar o livre exercício do jornalismo. O sigilo das fontes é protegido por lei, mas não na prática. Uma lei há muito esperada sobre liberdade de informação poderá ver a luz do dia em breve. Em junho de 2023, o partido no poder adotou um perigoso “projeto de lei patriótico” criminalizando qualquer “ataque à soberania e ao interesse nacional”, ameaçando a prática do jornalismo.

Contexto económico

A situação econômica no Zimbábue tem consequências para o desenvolvimento dos meios de comunicação. O custo proibitivo de qualquer nova criação desencoraja os investidores, enquanto os custos anuais de um canal de televisão podem chegar a dezenas de milhares de dólares. Esta situação permite ao Estado manter sua influência sobre o setor, com quase 70% das empresas de mídia impressa e audiovisual sob seu controle. Os jornalistas são expostos a subornos, o que enfraquece sua independência. 

Contexto sociocultural

O Zimbábue continua sendo uma sociedade conservadora e, como tal, certos temas relacionados à religião ou à prática de certos cultos são considerados tabus, levando à autocensura por parte da mídia. 

Segurança

Embora os níveis de violência contra os jornalistas tenham diminuído significativamente durante o governo de Mnangagwa, a insegurança continua alarmante. A autocensura é um reflexo para evitar represálias e a polícia usa com frequência a força de maneira desproporcional. Atos de intimidação, ataques verbais, ameaças (principalmente nas redes sociais) e confisco de equipamentos continuam sendo práticas comuns. Casos de prisão ou condenação de jornalistas são mais raros, com a notável exceção do jornalista investigativo Hopewell Chin'ono, mantido na prisão por quase um mês e meio em 2020. A vigilância de jornalistas por meio de escutas telefônicas é bastante difundida.