Ásia-Pacífico
Papua-Nova Guiné
-
Ranking 2024
91/ 180
Nota: 56,02
Indicador político
111
42.17
Indicador econômico
75
47.08
Indicador legislativo
117
51.54
Indicador social
109
56.43
Indicador de segurança
73
82.86
Ranking 2023
59/ 180
Nota: 67,62
Indicador político
69
59.58
Indicador econômico
64
51.31
Indicador legislativo
74
66.35
Indicador social
72
71.97
Indicador de segurança
27
88.89

Ex-colônia britânica e protetorado australiano, Papua Nova Guiné conquistou a independência em 1975. O setor de mídia é relativamente subdesenvolvido e luta para informar os 8,3 milhões de habitantes do país, que falam pelo menos 80 idiomas diferentes.  

Cenário midiático

Os dois jornais diários do país são propriedade do capital estrangeiro: o The National é propriedade da gigante madeireira malaia Rimbuan Hijau e o Post-Courier pertence à News Corp, o colossal grupo do bilionário australiano-americano Rupert Murdoch. A rede privada EMTV News é um dos poucos veículos de comunicação a promover o jornalismo investigativo, e a Australian Broadcasting Cooperation (ABC) é a única organização de notícias estrangeira a ter uma base permanente de operações em Port Moresby.

Contexto político

A alternância política e a chegada ao poder de um novo primeiro-ministro, James Marape, em maio de 2019, foram vistas como sinais encorajadores para a independência da mídia. Infelizmente, os jornalistas logo se desiludiram: em abril de 2020, o ministro do Interior criticou violentamente dois repórteres, acusando-os de distorcer os fatos e pedindo publicamente sua demissão. Reeleito em julho de 2022, após eleições marcadas por irregularidades, o governo de James Marape vem multiplicando os ataques contra jornalistas críticos demais.

Quadro jurídico

Embora Papua Nova Guiné ofereça um ambiente legislativo relativamente protetor da liberdade de imprensa, a independência dos meios de comunicação é questionada com frequência. A ausência de uma Lei de Direito à Informação priva os jornalistas de acesso a documentos oficiais, o que pode colocá-los em conflito com as autoridades. Os jornalistas continuam tendo dificuldade de cobrir livremente o movimento de independência na região autônoma de Bougainville, no leste do país.

Contexto económico

Os jornalistas dependem dos interesses dos proprietários dos grupos de mídia, que se preocupam essencialmente com questões comerciais e financeiras. Dessa forma, os repórteres do The National têm dificuldade de investigar de maneira mais aprofundada determinadas questões ambientais, sabendo que seu jornal é de propriedade de uma gigante madeireira. A proximidade entre os donos da mídia e políticos também dificulta a cobertura de alguns casos. De modo geral, a falta de recursos concedidos pelos gestores de mídia de Papua Nova Guiné ao jornalismo investigativo tende a favorecer um “jornalismo copia e cola”.

Contexto sociocultural

A influência da religião cristã, seguida por 96% da população, impede que certos assuntos, como o direito ao aborto ou a questão da pedofilia no clero, sejam levados ao debate público. Diante desses bloqueios, as redes sociais estão se desenvolvendo rapidamente. A má regulamentação de plataformas como o imensamente popular Facebook, no entanto, levou à criação de muitas contas fortemente politizadas cuja atividade consiste essencialmente em divulgar informações falsas e atacar o trabalho de jornalistas independentes. 

Segurança

Intimidação, ameaças diretas, censura, ações judiciais e tentativas de corrupção tornam o jornalismo uma profissão perigosa em Papua Nova Guiné. Acima de tudo, a interferência direta muitas vezes ameaça a liberdade editorial de alguns grandes meios de comunicação. É o caso da rede EMTV, cujas reportagens incômodas para o governo foram consideradas determinantes para uma demissão em massa de jornalistas no início de 2022 – na esteira da gerente editorial do canal, Sincha Dimara, demitida por “insubordinação”  depois de ter publicado uma reportagem investigativa que desagradou um membro do governo. A mesma situação já havia ocorrido com seu antecessor, Neville Choi, assim como com Scott Waide, repórter investigativo da rede suspenso em novembro de 2018 por ter divulgado possíveis desvios de recursos públicos.

Ataques em tempo real em Papua-Nova Guiné

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