#HoldTheLine: campanha é lançada em apoio a Maria Ressa e à imprensa filipina independente

Sessenta organizações entre grupos da sociedade civil e de defesa da liberdade de imprensa, associações de jornalistas, cineastas e ativistas formaram uma coalizão para apoiar Maria Ressa e a imprensa filipina independente.

A Repórteres sem Fronteiras (RSF), o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) anunciaram, na quinta-feira, 9 de julho, o lançamento da campanha #HoldTheLine em apoio à jornalista Maria Ressa e à imprensa independente, ambas sob ataque nas Filipinas. Em coordenação com a própria Ressa e com seus advogados, as três organizações formaram um comitê diretor para estruturar uma campanha global e iniciativas jornalísticas com dezenas de parceiros. A campanha tem como nome a expressão em inglês usada por Maria Ressa - "Hold the line" - para afirmar seu compromisso de resistir ao assédio contínuo do governo filipino e à explosão da violência contra ela no ambiente online.

 

Famosa no cenário internacional, Maria Ressa é uma jornalista filipina-americana conhecida por cobrir, durante anos, o sudeste da Ásia para a CNN e por fundar o site de notícias filipino Rappler, várias vezes premiado por seu rigor e seu espírito de inovação. 

 

Em 15 de junho de 2020, Maria Ressa e o então colega de Rappler Reynaldo Santos Jr. foram condenados por "difamação online" - acusação pela qual podem pegar até seis anos de prisão. A condenação está relacionada a um artigo sobre um caso de corrupção publicado antes mesmo da promulgação da lei de difamação online. Mas a promotoria usou como pretexto uma simples correção tipográfica para afirmar que o artigo havia sido "republicado” após a adoção dessa lei.

 

Atualmente em liberdade condicional, os dois jornalistas podem pegar seis anos de prisão se o caso não for revogado em recurso. Ressa enfrenta pelo menos seis outras acusações. Se ela for considerada culpada em todos estes casos, a pena acumulada pode chegar a 100 anos de prisão. O site Rappler também é acusado como pessoa jurídica na maioria dos casos, que envolvem teses de difamação criminosa, sonegação de impostos e referências à lei de investimentos estrangeiros. Por trás dessas acusações kafkianas, esconde-se o desejo mais amplo do presidente filipino Rodrigo Duterte e de seu governo populista de silenciar qualquer forma de jornalismo que atue pelo interesse público. Como, em maio passado, quando seu governo ordenou o fechamento do principal grupo de rádio e televisão do país, ABS-CBN, por recusar-se a transmitir a propaganda do governo. 

 

"Não podemos ficar calados, porque o silêncio é consentimento, declarou Maria Ressa. Estou particularmente emocionada com a incrível onda global de apoio à nossa campanha contra a tirania #HoldTheLine, mesmo que o Presidente Duterte continue seus ataques contra mim, que o assédio jurídico se intensifique e a violência online, lançada pelo aparato estatal e alimentada via Facebook, corra solta. Devemos nos indignar, lutar com as armas do jornalismo. Se não exercermos nossos direitos, nós os perderemos. Então, por favor, lutem ao nosso lado!"

 

Os interessados em apoiar a campanha #HoldTheLine podem dar dois passos imediatos na preparação para a próxima audiência de Ressa, programada para 22 de julho:

 

1. Participe da coalizão #HoldTheLine, entrando em contato com as pessoas abaixo.

2. Assine e compartilhe esta petição, exigindo que o governo filipino retire todas as acusações contra Maria Ressa, Reynaldo Santos Jr. e o Rappler, e ponha fim à repressão à imprensa independente no país.

 

Os 60 membros fundadores da coalizão #HoldTheLine são:

 

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), o  Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e a Repórteres sem Fronteiras (RSF), que compõem o comitê diretor; além de African Media Initiative; Association for International Broadcasting (AIB); Alliance for Journalists’ Freedom; Anistia Internacional; ARTIGO 19; Association of Caribbean Media Workers; Canadian Journalism Forum on Violence and Trauma; Centre for Freedom of the Media (CFOM); Centre for Law and Democracy; CineDiaz; Coalition For Women In Journalism; Community Media Forum Europe (CMFE); Daphne Caruana Galizia Foundation; DART Asia Pacific; Dart Center; Doc Society; English PEN; European Journalism Centre; First Look Media; Free Press Unlimited; Global Alliance on Media and Gender (GAMAG); Global Forum for Media Development (GFMD); Global Voices; Graduate School of Journalism, Columbia University; Index on Censorship; Institute for Regional Media and Information (IRMI); International Media Support (IMS); International Association of Women in Radio  and Television (IAWRT); International News Safety Institute (INSI); International Press Institute (IPI); International Women’s Media Foundation (IWMF); James W. Foley Legacy Foundation; Judith Neilson Institute; Justice for Journalists Foundation; Media Association for Peace (MAP); Media Development Investment Fund (MDIF); Namibia Media Trust (NMT); National Union of Journalists of the Philippines (NUJP); Pakistan Press Foundation; Panos Institute Southern Africa; PEN America; Philippine Center for Investigative Journalism (PCIJ); Press Freedom Defense Fund; Project Syndicate; Public Media Alliance; Pulitzer Center on Crisis Reporting; Rappler; Rory Peck Trust; Rural Media Network Pakistan; South African National Editors’ Forum (SANEF); Storyhunter; The Signals Network; Tanzania Media Practitioners Association; Union of Journalists in Finland; World Association of Newspapers and News Publishers (WAN-IFRA); e World Editors Forum.

 

Para mais informações, entre em contato com os representantes do comitê diretor:

Rebecca Vincent, [email protected]

Julie Posetti, [email protected]

Courtney Radsch, [email protected]

Publié le
Updated on 10.07.2020