Carta aberta de Repórteros sem Fronteiras ao Presidente Lula (versão portuguesa)
Organización:
Ás vésperas da visita do Presidente brasileiro a Cuba, nos dias 26 e 27 de setembro, Repórtere
s sem Fronteiras pediu a Lula de intervir em favor dos jornalistas cubanos e de encontrar-se com as suas familias. "As afinidades que tem com o regime cubano são notórias. Porém, nenhum democrata compreenderia que estas afinidades primassem sobre o respeito aos direitos humanos", sublinhou a organização.
Em uma carta aberta, Repórteres sem Fronteiras pede
ao presidente Lula que se encontre com as familias
dos jornalistas presos
Sr. Luis Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa
Brasilia - Distrito Federal
Brasil
París, 23 de setembro de 2003 Excelentíssimo Senhor Presidente, Às vésperas da vossa visita a Cuba, Repórteres sem Fronteiras, organização internacional de defesa da liberdade de imprensa, deseja chamar sua atenção sobre a ausência de liberdade da imprensa nesse país. Como Vossa Excelência sabe, após a onda de repressão lançada pelo governo cubano no dia 18 de março passado, setenta e cinco dissidentes foram presos. Entre eles, vinte e seis jornalistas independentes. Estes últimos, acusados de ter levado a cabo ações «contra a independência ou a integridade territorial do Estado», foram condenados em processos sumários, a penas que vão até vinte e sete anos de prisão. Antes desta onda de prisões, quatro de seus colegas já tinham sido aprisionados na ilha. Com 30 detidos, Cuba transformou-se hoje, na maior prisão do mundo para os jornalistas. A longa amizade que une Vossa Excelência ao presidente Castro e as afinidades ideológicas que tem com o regime cubano são notórias. Porém, nenhum democrata, de direita ou de esquerda, compreenderia que estas afinidades primassem sobre o respeito aos direitos humanos. É por isto que solicitamos a Vossa Excelência de intervir em favor da liberação dos 30 jornalistas e de encontrar-se com os membros de suas famílias, bem como com os representantes da oposição e defensores dos direitos humanos. Se Vossa Excelência não fizer nenhum gesto em seu favor, seu crédito pessoal e a imagem do Brasil se veriam gravemente afetadas perante a cena internacional. Os 30 jornalistas atualmente detidos são: Ricardo González Alfonso
José Luis García Paneque
Omar Rodríguez Saludes
Jorge Olivera Castillo
Pedro Argüelles Morán
Miguel Galván Gutiérrez
Edel José García Díaz
Víctor Rolando Arroyo Carmona
Manuel Vázquez Portal
Adolfo Fernández Sainz
Hector Maseda Gutiérrez
Fabio Prieto Llorente
Oscar Espinosa Chepe
Pablo Pacheco Avila
Mario Enrique Mayo
Carmelo Diaz Fernández
Mijail Barzaga Lugo
Alejandro González Raga
Juan Carlos Herrera Acosta
Raúl Rivero Castañeda
Omar Moisés Ruiz Hernández
Normando Hernández González
Julio César Gálvez Rodríguez
Ivan Hernández Carrillo
Alfredo Manuel Pulido López
José Ubaldo Izquierdo Hernández
Bernardo Arévalo Padrón (preso desde do dia 18 de novembro de 1997)
Carlos Alberto Domínguez (preso desde do dia 23 de fevereiro de 2002)
Lester Téllez Castro (preso desde do dia 4 de março de 2002)
Carlos Brizuela Yera (preso desde do dia 4 de março de 2002)
Também temos a informar-lhe que, as sanções contra esses jornalistas, que contestam o monopólio do Estado sobre a informação, não se limitaram a sua condenação. Eles foram depois transferidos a prisões situadas a centenas de quilômetros de suas residências, o direito de visita de suas famílias foi restrito e muitos estão doentes e têm perdido peso de forma preocupante, devido às más condições de detenção a que são submetidos. Por outra parte, o governo continua a fazer pressão sobre os jornalistas que não foram presos.
Certos de que Vossa Excelência não ficará insensível a este apelo, ficaríamos gratos de que nos fizesse sabedores de vossa intenção sobre nossa solicitação e de nos manter informados sobre o andamento de vossas conversações.
No aguardo de uma resposta de Vossa Excelência, aproveitamos a oportunidade para renovar os nossos protestos da mais alta estima e consideração
Robert Ménard
Secretário geral
Presidente da República Federativa
Brasilia - Distrito Federal
Brasil
París, 23 de setembro de 2003 Excelentíssimo Senhor Presidente, Às vésperas da vossa visita a Cuba, Repórteres sem Fronteiras, organização internacional de defesa da liberdade de imprensa, deseja chamar sua atenção sobre a ausência de liberdade da imprensa nesse país. Como Vossa Excelência sabe, após a onda de repressão lançada pelo governo cubano no dia 18 de março passado, setenta e cinco dissidentes foram presos. Entre eles, vinte e seis jornalistas independentes. Estes últimos, acusados de ter levado a cabo ações «contra a independência ou a integridade territorial do Estado», foram condenados em processos sumários, a penas que vão até vinte e sete anos de prisão. Antes desta onda de prisões, quatro de seus colegas já tinham sido aprisionados na ilha. Com 30 detidos, Cuba transformou-se hoje, na maior prisão do mundo para os jornalistas. A longa amizade que une Vossa Excelência ao presidente Castro e as afinidades ideológicas que tem com o regime cubano são notórias. Porém, nenhum democrata, de direita ou de esquerda, compreenderia que estas afinidades primassem sobre o respeito aos direitos humanos. É por isto que solicitamos a Vossa Excelência de intervir em favor da liberação dos 30 jornalistas e de encontrar-se com os membros de suas famílias, bem como com os representantes da oposição e defensores dos direitos humanos. Se Vossa Excelência não fizer nenhum gesto em seu favor, seu crédito pessoal e a imagem do Brasil se veriam gravemente afetadas perante a cena internacional. Os 30 jornalistas atualmente detidos são:
Secretário geral
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Updated on
20.01.2016